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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Sistema Integrado de Gestão de Destinos Turísticos (SIGESTur): componentes do sistema e mapa mental

Por: Aristides Faria Lopes dos Santos

Ao longos dos últimos iniciei um processo de consolidação de experiências, conceitos, dados e informações acumulados. Reconheço que tem sido um movimento bastante pessoal e até egoísta.

Já que este processo tem sido pensado e escrito no campo dos estudos da hospitalidade, me questiono com alguma frequência se este caminhar individualista enseja uma grande contradição ou dicotomia. São reflexões sobre administração pública, turismo, cidade, pessoas, relacionamentos e vivências,que culminam na busca por melhor qualidade de vida e experiências memoráveis para anfitriões e visitantes.

O fato é que desde 2016 venho executando projetos de iniciação científica e extensão no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Câmpus Cubatão), no litoral do estado de São Paulo. Pela natureza dos editais - oportunidades, recursos disponíveis, restrições etc. - em cada projeto eu e os bolsistas envolvidos nos dedicamos a partes integrantes do Sistema Integrado de Gestão de Destinos Turísticos.

Reconheço que estas partes isoladas, muitas vezes, parecem não ter o menor sentido. Ocorre que, depois de quatro ou cinco anos, acredito que seja possível consolidar lições aprendidas e propor um modelo conceitual.

Os projetos aos quais me refiro são os seguintes:

  • 2016: Competitividade no setor de Viagens e Turismo: estudo de casos múltiplos no Litoral Paulista
  • 2017: Observatoriodoturismo.com: monitoramento e avaliação de políticas públicas de fomento ao turismo no litoral paulista
  • 2017: Competitividade: análise do mercado de turismo no Litoral Paulista
  • 2017: Sistema Integrado de Gestão de Destinos Turísticos (SIGESTur): projeto piloto Cubatão (SP)

Juntos, os diversos projetos executados receberam a denominação de “Observatório do Turismo | SIGESTur”, que é um modelo/sistema de coleta, processamento, análise de dados e distribuição de informações aos profissionais atuantes no setor de viagens e turismo em determinado território.

Estes projetos me ajudaram a dar vasão a reflexões e "experimentos" ao longo do doutorado. Assim, muitas das ideias que compartilhei por meio de minha tese, têm origem e/ou motivaram a proposição do SIGESTur.

SIGESTur: mapa mental

Deste modo, compartilho a seguir uma descrição dos componentes e um mapa mental do sistema:

Destination Management Organization (DMO): no nível mais "alto" é representada a organização gestora do destino, que pode ser um organismo estatal ou entidade do terceiro setor, por exemplo. Cada destino irá definir a organização ou colegiado que exercerá a tarefa de liderar e mobilizar o trade da destinação.

Gestor do SIGESTur: à direita, está representado o profissional técnico imbuído de executar o planejamento elaborado colaborativamente entre os stakeholders atuantes no setor de viagens e turismo do destino. Recomenda-se a estrutura projetizada.

Caracterização do ambiente legal e regulatório: é essencial que todos os stakeholders atuantes em determinado destinos – seja local, distrital, regional, nacional ou internacional – disponham de informações precisas, claras, atualizadas, confiáveis e acessíveis a respeito do ambiente legal e regulatório ao qual estes estão submetidos. Configura-se tarefa do Gestor do Sistema compor e manter banco de dados a respeito, integrando dados sobre diferentes setores.

Caracterização da atividade turística: o Gestor do Sistema tem a tarefa de atuar diretamente na coleta de dados sobre o setor de viagens e turismo no destino. Cada destinação dispõe de uma capacidade própria de gerar tais dados ou mesmo de estabelecer parcerias para fazê-lo, assim, o Gestor do SIGESTur irá fundamentar suas análises sobre o mercado local/regional com dados primários e secundários, conforme disponibilidade. A palavra-chave é integração, ou seja, compartilhar análises precisas com stakeholders que demandam este conhecimento.

Gerenciamento dos stakeholders formais: o Gestor do SIGESTur irá atuar direta e permanentemente na identificação, mapeamento e classificação dos stakeholders da DMO de modo a gerenciar suas demandas – tanto necessidades quanto desejos – no sentido de se antecipar a potenciais conflitos ou mediar atritos já estabelecidos.  Este núcleo de ações é especialmente relevante no que tange ao gerenciamento das comunicações e integração dos projetos.

Canais de distribuição ou difusão da informação: este tópico se refere a ações de distribuição ou difusão da informação (pós análises). Há quatro principais aspectos a serem observados: construção de conteúdo e audiência, conexão e atendimento aos múltiplos stakeholders da DMO, curadoria de conteúdo de terceiros e gerenciamento de canais de comunicação e perfis de públicos-alvo, além de fomento a uma cultura de integração, compartilhamento e colaboração entre estes stakeholders.

Espero que estas ideias possam ajudar os gestores de turismo Brasil afora! Aguardo seus comentários!!

Um forte abraço!

Sucesso sempre,

Aristides Faria

Observatório do Turismo & Economia do Mar

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